
Autor: Sérgio Fernandes
Da força,
Mas principalmente das minhas inúmeras fraquezas
Que tecem meu dia-a-dia de imperfeições,
É daí que tiro a vida,
A alegria,
A magia de prosseguir,
E amar,
Até mesmo aqueles que não me amam
(Pois amar é um ato de sabedoria,
Amar é incerteza e imprecisão,
Amar é o não-saber do mundo).
De você,
Mas mais minuciosamente dos meus múltiplos eus
Que são incasáveis em suas memórias,
É disso que retiro a força,
A fraqueza,
O realismo de parar,
E odiar,
Até mesmo aqueles que me amam
(Pois odiar é demostrar segurança,
Odiar é verdade e expressão,
Odiar é realizar a humanidade).
Da força (e da fraqueza)
Me transmito à você (e aos meus eus)
Que me repassam à força, à fraqueza...
Crio assim o meu círculo vicioso,
Que em suas voltas incessantes
Me fazem, assim, ser eu
(E ninguém).